Conférence
Notice
Lieu de réalisation
Campus Mirail, Université Toulouse - Jean Jaurès
Langue :
Portugais
Crédits
Nathalie Michaud (Réalisation), Université Toulouse - Jean Jaurès (Production), Le Vidéographe - Maison de l'image et du Numérique (Publication), Monica Bianco (Intervention)
DOI : 10.60527/tr2q-5k32
Citer cette ressource :
Monica Bianco. UT2J. (2023, 1 juin). Ergo-changement : uma proposta de análise dos níveis macro ao micro da atividade humana a partir de mudanças no contexto de trabalho , in Changer le travail dans le monde d’aujourd’hui : Quelles approches, quelles pratiques ?. [Vidéo]. Canal-U. https://doi.org/10.60527/tr2q-5k32. (Consultée le 14 novembre 2024)

Ergo-changement : uma proposta de análise dos níveis macro ao micro da atividade humana a partir de mudanças no contexto de trabalho

Réalisation : 1 juin 2023 - Mise en ligne : 6 septembre 2024
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Descriptif

Ergo-changement : uma proposta de análise dos níveis macro ao micro da atividade humana a partir de mudanças no contexto de trabalho

Sabrina Oliveira de Figueiredo, Monica Bianco, Professora, UFES, Brasil

As organizações são permeadas por mudanças organizacionais, as quais podem ter sido planejadas ou não pelas pessoas que as compõem, por suas estruturas, cultura ou em decorrência de suas relações com o ambiente. As organizações policiais militares, não diferente das demais, apesar de suas características relativas à rigidez estrutural e ao estrito cumprimento de normas, também são objeto de mudanças. Este estudo teve como foco uma organização policial militar de um Estado do Brasil e buscou analisar a atividade de policiamento ostensivo a partir de mudanças no contexto de trabalho do policial militar. O trabalho é considerado sob a ótica da abordagem teórica-analítica ergológica, a qual entende-o como uma atividade humana que contempla o objeto, o trabalhador e as variabilidades do meio. A abordagem metodológica adotada foi a Teoria Fundamentada em Dados Construtivista, que privilegiou a co-construção dos dados da pesquisa por intermédio de distintas óticas sobre o fenômeno estudado, incluindo, dos policiais participantes e da pesquisadora. O material empírico reúne o conteúdo de entrevistas com 40 policiais militares de diferentes níveis de atuação, observação direta da atividade de trabalho, textos existentes e memorandos de pesquisa. O estudo permitiu alcançar que as mudanças no contexto de trabalho dos policiais se manifestaram nos âmbitos governamental, organizacional e social. Em síntese, os achados demonstraram que (i) as interferências políticas na organização influenciam na (in)disponibilidade de investimentos, na falta de (re)composição de efetivo policial e na inadequação de reajustes salariais para a categoria; (ii) a organização direciona sua atenção aos elementos físicos da atividade de policiamento, como a aquisição de equipamentos voltados à sua consecução, mas deixa de privilegiar os elementos humanos ao não atentar-se às consequências da greve da Polícia Militar estadual do ano de 2017 para as relações socioprofissionais e à presença e influência de um novo perfil de policiais; e (iii) as variabilidades do meio social geram implicações e, ao mesmo tempo, são influenciadas pelas renormalizações do policiamento, o que, consequentemente, têm produzido um patrulhamento comunitário individualizado e um patrulhamento repressivo ordinário. Entre as contribuições do estudo, destaca-se a possiblidade de adequação do esquema proposto pela Ergologia, o espaço tripolar, contemplando, em sua estrutura, no polo I a atividade de trabalho, no polo II organizações públicas e no polo III o Estado ou Governo. A partir do estudo, percebe-se que decisões ou posturas adotadas pelo polo III (nível macro) têm o potencial de provocar alterações no polo II (nível meso) e polo I (nível microscópico), sobretudo, relativas aos valores defendidos pela organização, às condições de trabalho dos servidores, às relações socioprofissionais estabelecidas e às novas formas de organização do trabalho. Nesse sentido, propõe-se reflexões sobre o que se chamou de ergo-changement – estudo do trabalho a partir de mudanças em seu contexto e das consequentes implicações ou (re)configurações da atividade.

Ergo-changement : une proposition d'analyse des niveaux macro et micro de l'activité humaine à partir des changements du contexte de travail

Les organisations sont traversées par des changements organisationnels, qui peuvent avoir été planifiés ou non par les personnes qui les composent, par leurs structures, leur culture ou en raison de leurs relations avec l'environnement. Les organisations de la police militaire, pas différentes des autres, malgré leurs caractéristiques liées à la rigidité structurelle et au respect strict des règles, sont également sujettes au changement. Cette étude s'est concentrée sur une organisation de police militaire dans un État brésilien et a cherché à analyser l'activité de police ostensible en fonction des changements dans le contexte de travail de l'officier de police militaire. Le travail est considéré selon l'approche théorique et analytique de l'ergologie, qui le conçoit comme une activité humaine incluant l'objet, le travailleur et la variabilité de l'environnement. L'approche méthodologique adoptée est la Théorie Basée sur des Données Constructivistes, qui favorise la co-construction des données de la recherche à travers différents points de vue sur le phénomène étudié, y compris les policiers participants et le chercheur. Le matériel empirique rassemble le contenu des entretiens avec 40 policiers militaires de différents niveaux de performance, l'observation directe de l'activité de travail, les textes existants et les mémos de recherche. L'étude nous a permis de constater que les changements dans le contexte de travail des policiers se sont manifestés dans les sphères gouvernementales, organisationnelles et sociales. En synthèse, les résultats ont montré que (i) les interférences politiques dans l'organisation influencent l'(in)disponibilité des investissements, le manque de (re)composition de la force de police et l'inadéquation des ajustements salariaux pour la catégorie ; (ii) l'organisation porte son attention sur les éléments physiques de l'activité policière, tels que l'acquisition d'équipements visant à sa réalisation, mais ne privilégie pas les éléments humains en ne prêtant pas attention aux conséquences de la grève de la Police militaire de l'État en 2017 sur les relations socioprofessionnelles et la présence et l'influence d'un nouveau profil d'officiers de police ; et (iii) les variabilités de l'environnement social génèrent des implications et, en même temps, sont influencées par les renormalisations du maintien de l'ordre qui, par conséquent, ont produit une patrouille communautaire individualisée et une patrouille répressive ordinaire. Parmi les contributions de l'étude, nous soulignons la possibilité d'adapter le schéma proposé par l'ergologie, l'espace tripolaire, envisageant dans sa structure, dans le pôle I l'activité de travail, dans le pôle II les organisations publiques et dans le pôle III l'État ou le gouvernement. De l'étude, on perçoit que les décisions ou les postures adoptées par le pôle III (niveau macro) ont le potentiel de provoquer des changements dans le pôle II (niveau méso) et le pôle I (niveau microscopique), surtout en ce qui concerne les valeurs prônées par l'organisation, les conditions de travail des agents, les relations socioprofessionnelles établies et les nouvelles formes d'organisation du travail. En ce sens, il est proposé une réflexion sur ce que l'on a appelé l'ergo-changement - l'étude du travail à partir des changements de son contexte et des implications ou (re)configurations de l'activité qui en découlent.

 

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Thème
Documentation

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